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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O amor de Oxum


Na semana de Oxum nada melhor que falarmos de sua virtude, a virtude do amor. Oxum é o orixá que estimula as uniões, as agregações, é orixá da concepção e do amor universal, o amor irradiado por ela, está acima de qualquer conceito que possuímos dessa virtude.

É muito comum querermos ter alguém ao nosso lado, é sadio e abençoado por ela, mas antes de termos alguém para amar é necessário que preenchamos o nosso coração com o nosso próprio amor, pois amar a si mesmo não é egoísmo é se colocar em uma condição melhor até para estar com outra pessoa, para se doar, pois só podemos dar aquilo que temos dentro de nós.

Mamãe Oxum estimula o amor, a união, o compartilhar, mas nunca a dependência. Quando temos alguém com o intuito de preencher o vazio dentro de nós, quando nossa felicidade é condicionada, entramos no polo negativo do amor, sendo necessária uma atuação que devolva a essa pessoa a harmonia natural dessa virtude. Esse processo de recondução é quase sempre um processo doloroso, não porque o orixá está nos punindo ou nos fazendo sofrer, isso não acontece, mas porque o ser entra em choque com uma harmonia que segue um fluxo natural, e para preservar-se ela reage contra o choque para que possa continuar com a sua harmonia. É como nadar contra as ondas do mar, não é mais cansativo? Quando nadamos a favor delas é mais fácil, mais rápido, nos cansamos menos. Quando nadamos contra elas dispendemos mais energia, precisamos usar mais força, demoramos mais. O mesmo acontece com as virtudes divinas, quando caminhamos contra elas e provocamos um choque, e vivenciá-las acaba por se tornar mais doloroso.

Quando o amor se torna dependente, essa desarmonia se reflete nos relacionamentos, provocando brigas, desentendimentos, discussões, intolerâncias. Quando o amor condiciona a outra pessoa é natural que se espere que o outro pense da mesma forma que nós, temos uma decepção maior quando essa pessoa age sem conformidade com aquilo que achamos ser certo, pois a vemos como uma condição para a nossa paz e exigimos que ela seja aquilo que nos torna felizes, esquecendo-se de que ela possui suas limitações, suas escolhas.

O que mamãe Oxum nos ensina é que no amor, nas uniões, não devemos nos colocar abaixo e nem acima de ninguém, não podemos nos sentir parte de outra pessoa e nem tratá-la como uma extensão nossa. O amor é caminhar ao lado, sabendo que ambos tem a liberdade de escolher o seu caminho, a união não implicará em um único caminho para os dois, mas a harmonia dessa união fará com que independentemente da escolha de cada um esse amor convirja para um mesmo fim.

Esse é o amor irradiado por essa mãe, o amor incondicional, é o amor que nos traz paz e não tristeza, o amor que nos ensina o respeito às leis divinas, pois passamos a entender que aquilo que o Criador nos permite que é o melhor para nós.

Que nessa semana façamos uma reflexão de como o amor está sendo para cada um de nós, de forma a sermos melhores em nós mesmos e termos mais paz.

Salve nossa mãe Oxum! Ora ye ye ou, mamãe Oxum.

Axé!
Equipe UCJ- por Caroline Nagao


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