Na semana de Oxum nada melhor que
falarmos de sua virtude, a virtude do amor. Oxum é o orixá que estimula as
uniões, as agregações, é orixá da concepção e do amor universal, o amor
irradiado por ela, está acima de qualquer conceito que possuímos dessa virtude.
É muito comum querermos ter
alguém ao nosso lado, é sadio e abençoado por ela, mas antes de termos alguém para
amar é necessário que preenchamos o nosso coração com o nosso próprio amor,
pois amar a si mesmo não é egoísmo é se colocar em uma condição melhor até para
estar com outra pessoa, para se doar, pois só podemos dar aquilo que temos
dentro de nós.
Mamãe Oxum estimula o amor, a
união, o compartilhar, mas nunca a dependência. Quando temos alguém com o intuito
de preencher o vazio dentro de nós, quando nossa felicidade é condicionada,
entramos no polo negativo do amor, sendo necessária uma atuação que devolva a
essa pessoa a harmonia natural dessa virtude. Esse processo de recondução é
quase sempre um processo doloroso, não porque o orixá está nos punindo ou nos
fazendo sofrer, isso não acontece, mas porque o ser entra em choque com uma
harmonia que segue um fluxo natural, e para preservar-se ela reage contra o
choque para que possa continuar com a sua harmonia. É como nadar contra as
ondas do mar, não é mais cansativo? Quando nadamos a favor delas é mais fácil,
mais rápido, nos cansamos menos. Quando nadamos contra elas dispendemos mais
energia, precisamos usar mais força, demoramos mais. O mesmo acontece com as
virtudes divinas, quando caminhamos contra elas e provocamos um choque, e vivenciá-las
acaba por se tornar mais doloroso.
Quando o amor se torna dependente,
essa desarmonia se reflete nos relacionamentos, provocando brigas,
desentendimentos, discussões, intolerâncias. Quando o amor condiciona a outra
pessoa é natural que se espere que o outro pense da mesma forma que nós, temos
uma decepção maior quando essa pessoa age sem conformidade com aquilo que
achamos ser certo, pois a vemos como uma condição para a nossa paz e exigimos
que ela seja aquilo que nos torna felizes, esquecendo-se de que ela possui suas
limitações, suas escolhas.
O que mamãe Oxum nos ensina é que
no amor, nas uniões, não devemos nos colocar abaixo e nem acima de ninguém, não
podemos nos sentir parte de outra pessoa e nem tratá-la como uma extensão nossa.
O amor é caminhar ao lado, sabendo que ambos tem a liberdade de escolher o seu
caminho, a união não implicará em um único caminho para os dois, mas a harmonia
dessa união fará com que independentemente da escolha de cada um esse amor
convirja para um mesmo fim.
Esse é o amor irradiado por essa
mãe, o amor incondicional, é o amor que nos traz paz e não tristeza, o amor que
nos ensina o respeito às leis divinas, pois passamos a entender que aquilo que
o Criador nos permite que é o melhor para nós.
Que nessa semana façamos uma
reflexão de como o amor está sendo para cada um de nós, de forma a sermos
melhores em nós mesmos e termos mais paz.
Salve nossa mãe Oxum! Ora ye ye
ou, mamãe Oxum.
Axé!
Equipe UCJ- por Caroline Nagao
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