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sexta-feira, 14 de março de 2014

Licença! Sou mulher... Sou Pombagira

As Pombogiras na umbanda, assim como as outras linhas carregam em si vários mistérios carregados de simbolismos para explicar suas atuações. Muitos desses simbolismos acabam sendo incompreendidos, gerando controvérsias e polêmicas acerca de suas manifestações.

As entidades que atuam na esquerda costumam gerar polêmicas pela forma como se apresentam, por se manifestarem diferente do preto-velho com suas palavras de consolo e profunda sabedoria, da postura e palavras doutrinadoras dos caboclos, da pureza e inocência das crianças, mas nem por isso deixam de nos ensinar algo e, que pela forma como se apresentam devam ser desmerecidos. As entidades de esquerda nos ensinam a aceitar o nosso lado humano, nos dão segurança e nos impulsionam a buscar pelo que queremos mesmo quando usam palavras duras, pois naquela circunstância, é o que mais precisamos.

Ao observar todas essas discussões sobre cobrir ou não as imagens das pombogiras, lembro-me das controvérsias que são geradas, pois sempre me ensinaram e sempre dizem para que não julguemos as aparências, conhecer primeiramente, antes de julgar. Infelizmente, a falta de conhecimento do mistério pombagira, faz com que as pessoas criem preconceitos dentro de si.

O mistério Pombagira ensina entre tantas outras coisas que nem seria possível abordar em um único texto, a sensualidade, a sedução, o encanto... Tudo na umbanda possui um simbolismo e não podemos limitar as Divindades e Entidades ao símbolo que mostram, devemos ir além. Ogum tem o simbolismo de um soldado ou um guerreiro, mas isso não significa que ele seja apenas um guerreiro, por trás desse símbolo, compreendemos algo além, compreendemos que Ogum é o orixá que nos protege, que nos ensina a nos dedicarmos, focarmos naquilo que buscamos, a termos coragem, acreditarmos em nossa força, buscarmos a força que há dentro de nós para alcançar aquilo que queremos. Então por que as Pombogiras por andarem nuas devem significar apenas que são prostitutas ou que se insinuam?

As pombogiras trabalham com o fator sensualizador, sedutor, e como na umbanda, cada arquétipo traz um simbolismo, elas denotam a sensualidade feminina. E por que? Pensando no arquétipo da mulher, vemos que, no geral, as mulheres possuem uma forma mais sutil de se expressar, uma sensibilidade maior com as palavras, enquanto o homem mostra força, a mulher expõe uma natureza sensível, flexível, maleável, e uma força emocional maior, e não porque um é superior ao outro, mas porque ambos se complementam entre si.

A sensualidade e sedução da pombagira não se dá simplesmente pelo corpo a mostra, o simbolismo significa muito mais, o encantar, seduzir algo que queremos, no ritmo em que podemos, o que não significa usar a sexualidade, mas cativar com aquilo que temos de melhor, seja a inteligência, a segurança, a ponderação, pois nossas capacidades possuem uma beleza e as pombogiras nos ensinam ter confiança do quanto somos belos intimamente e expor essa beleza para vencer, para conquistar. Quantas pessoas sofrem porque não conseguem exteriorizar a sua beleza? Ficam com suas autoestimas baixa, desacreditando nelas mesmas? As pombogiras nos ensinam a sairmos dessa condição, pois cada um de nós somos mais e podemos ser sempre mais.

Então, que a força das nossas amadas mães Pombogiras esteja presente em nossas vidas nos ensinando a mostrar a nossa beleza interior, a não nos envergonharmos dela, a acreditarmos mais em nós mesmos e cativarmos e encantarmos tudo aquilo que podemos Ser e Ter.

Com conhecimento não há julgamento. Sem julgamento não há sofrimento.

Laroyê, Pombagiras!

Axé!
Equipe UCJ


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